3 de setembro Portugal atingirá o excesso de plástico em relação a 2025. Este é o dia em que a quantidade de resíduos plásticos excederá a capacidade do país para os reciclar.
Esta informação consta do relatório Plastic Overshoot Day 2025, publicado pela EA-Earth Action. A organização também estimou o overshoot global de plástico para sexta-feira, 5 de setembro, dois dias depois de ocorrer em Portugal.
O país também adiou a data em relação a 2024, quando o overshoot de plástico chileno ocorreu a 9 de setembro.
De acordo com o relatório, o Dia do Overshoot de Plástico é determinado com base no índice de tratamento inadequado de resíduos em cada país, que para Portugal é de 32,50%.
A nível regional, há países que ultrapassaram o limite mais cedo, como a Bolívia (13 de maio), a Venezuela (23 de junho), o Peru (10 de julho), o Brasil (7 de agosto), a Argentina (11 de agosto) e o México (27 de agosto).
No entanto, um facto importante que este estudo revela é que Portugal ocupa o oitavo lugar no mundo em termos de produção de resíduos plásticos per capita e o segundo lugar na América — depois dos EUA, que ocupam o quinto lugar — entre os 16 países que integram esta lista.
O que acontece com os resíduos em Portugal após a introdução de restrições ao uso do plástico?
Isso «mostra que ainda é necessário continuar a trabalhar em áreas como a produção, importação e tratamento de elementos e resíduos desse material», afirmou a especialista em Portugal.
A especialista explicou que «a partir de 3 de setembro e até ao final deste ano, os resíduos plásticos produzidos em Portugal não poderão ser eliminados de forma adequada».
Como resultado, os resíduos acabarão «em aterros informais, serão exportados ou irão parar diretamente à natureza, agravando a crise da poluição, que está interligada com a crise climática e a perda de biodiversidade».
Portugal também faz parte da categoria «The Overloaders» (Os Sobrecarregadores), que inclui países descritos como «grandes produtores de resíduos plásticos que exportam uma quantidade significativa dos seus resíduos», de acordo com o relatório.
Outros pontos preocupantes são o impacto dos aditivos químicos utilizados na produção e transformação de plásticos, que, devido ao tratamento inadequado dos resíduos, podem acabar em corpos de água. O relatório estima que, até 2024, o tratamento inadequado dos resíduos plásticos no país resultará em 1987 toneladas de poluição.
No que diz respeito às emissões de microplásticos primários provenientes de fontes como o desgaste dos pneus, o desprendimento de fibras têxteis, a produção de granulados e tintas, estima-se que, até 2024, Portugal irá emitir cerca de 5828 toneladas de microplásticos para os cursos de água.
«No interesse da natureza, bem como da saúde e do bem-estar das pessoas, é necessário acelerar urgentemente as mudanças regulamentares, estruturais e culturais, tanto ao nível do consumo dos cidadãos como ao nível das políticas públicas e dos acordos internacionais», sublinhou o especialista.