O estudo foi desenvolvido pela Flinders University e pela ETH Zurich para promover a extração sustentável deste mineral.
O ouro é um dos metais preciosos com maior procura no mundo, não só pelas suas características como ativo de refúgio, mas também pelas suas amplas aplicações em diversas tecnologias industriais.
Embora atualmente o fornecimento deste recurso dependa em grande parte de processos de mineração, existem outras alternativas para a sua obtenção. Isso ficou evidente num estudo recente desenvolvido por investigadores da Flinders University, na Austrália, e da ETH Zurich, na Suíça, sobre a extração sustentável de ouro.
A equipa desenvolveu uma nova abordagem que permite separar este mineral dos resíduos eletrónicos. Para isso, foi utilizado ácido tricloroisocianúrico com o objetivo de recuperar a maior quantidade possível de material.
Esta inovação é complementada por um polímero de enxofre que se adere seletivamente ao ouro dissolvido, permitindo recuperá-lo em estado puro após um processo controlado de aquecimento ou tratamento químico.
«Este trabalho fornece uma abordagem viável para alcançar uma produção de ouro mais ecológica a partir de recursos primários e secundários, melhorando assim a sustentabilidade do fornecimento de ouro», explica o estudo.
Paralelamente, foi implementado um método que permite obter ouro de 22 quilates a partir deste tipo de resíduos. Isto com o objetivo de ampliar as possibilidades de aproveitamento de materiais que normalmente acabam em aterros sanitários.
Nesse sentido, os resultados iniciais mostram que este avanço poderia ter um duplo efeito: reduzir os riscos ambientais associados ao manuseamento de substâncias perigosas e gerar oportunidades económicas em setores como a gestão de resíduos tecnológicos, a engenharia química e a sustentabilidade industrial.
Algumas das chaves do processo resumem-se na não utilização de cianeto ou mercúrio, no uso de luz e sal, bem como de polímeros reutilizáveis.