Talvez o tenha esquecido numa prateleira, mas algumas cassetes e vinis valem hoje mais do que imagina. A moda é caprichosa e, como se costuma dizer, tudo volta. O que há anos era considerado um simples trasto, hoje pode tornar-se uma autêntica peça de colecionador. Longe de desaparecerem — e apesar de muitos os terem dado como mortos desde a chegada do CD e, mais tarde, do Spotify —, os vinis e cassetes, objetos cobiçados, passaram de uma lembrança empoeirada no sótão a ressurgir com mais força do que nunca, graças à mania pelo vintage.
Mas por trás dessa paixão pelo antigo não há apenas nostalgia. O paradoxo é que quem mais está impulsionando essa moda não são aqueles que a apreciaram e viveram na época, mas os jovens. Em um mundo em que basta um clique para pular de música, essas relíquias musicais obrigam a desacelerar: colocar a agulha no disco, rebobinar a fita ou parar para contemplar capas que contam parte da história da música.
QUANDO A MÚSICA SE TORNA OURO
O que há anos era apenas uma lembrança do passado, hoje pode ter um preço surpreendente. Discos e fitas que durante décadas passaram despercebidos tornaram-se tesouros de coleção, atingindo valores surpreendentes, desde que se trate de exemplares raros ou difíceis de encontrar: edições limitadas, lançamentos raros ou artistas icónicos.
Estes tesouros têm-se tornado cada vez mais procurados no mercado. Colecionadores e aficionados disputam para os conseguir, leilões na Internet e lojas especializadas registam longas listas de espera. O que ontem era um objeto esquecido, hoje tornou-se um bem muito procurado, quase como se fosse um pequeno luxo ao alcance de poucos.
Os vinis mais procurados
Num mundo digital onde a música é consumida instantaneamente, alguns vinis tornaram-se relíquias a preços exorbitantes.
Entre os vinis mais cobiçados do mercado está “The Freewheelin” de Bob Dylan (1963), uma edição rara que inclui a canção “Talkin’ John Birch Paranoid Blues” que foi retirada do disco nas edições posteriores e que pode valer até 6000 euros.
Outro caso excecional é o single «That’ll Be The Day» dos The Quarrymen, a banda que antecedeu os Beatles e que contava com Paul McCartney, John Lennon e George Harrison. Lançado em 1958, este vinil é considerado o mais valioso da história, com um original que chega a custar 117 153 euros.
As cassetes mais procuradas
Entre as cassetes mais cobiçadas do mercado está «Xero» (1997), a maquete que marcou os primeiros passos da banda que mais tarde se tornaria os Linkin Park. Esta cassete é considerada uma raridade extremamente difícil de encontrar e pode atingir um valor superior a 2000 euros.
Outro exemplar excecional é «The Versace Experience – Prelude 2 Gold» (1995) de Prince, uma edição limitada e promocional cuja exclusividade a torna uma das fitas mais valiosas do mundo (uma cópia original chegou a ultrapassar os 3450 euros).