Buscam relatos de cidadãos que ajudem a confirmar a presença da serpente arco-íris, uma espécie pouco vista e de difícil detecção.
A Comissão de Conservação da Pesca e Vida Selvagem da Flórida (FWC) nos Estados Unidos solicitou o apoio do público para localizar uma espécie rara de serpente não venenosa, cuja população diminuiu drasticamente nos últimos anos.
Uma subespécie foi até declarada extinta pelo governo federal dos Estados Unidos em 2011.
O apelo da FWC busca confirmar avistamentos da serpente arco-íris (Farancia erytrogramma), um réptil semiaquático que se acreditava extinto em certas áreas do estado. A instituição afirmou que cada relato pode contribuir para avaliar a saúde da espécie e mapear sua distribuição atual.
Quem observar um exemplar deve tirar fotografias e preencher um formulário disponível online. As imagens facilitam a verificação da descoberta e a sua utilidade científica.
Uma espécie com características inconfundíveis
A serpente arco-íris apresenta características físicas únicas. De acordo com os biólogos da FWC:
- O seu corpo apresenta uma cor preta iridescente ou azul violáceo.
- Tem três faixas vermelhas ao longo do dorso.
- O queixo e os lábios são amarelos, com manchas violetas.
- Mede entre 90 e 120 cm de comprimento na fase adulta.
O ventre pode apresentar tons rosados ou amarelos, com três linhas de pontos formadas por manchas pretas em cada escama. A cauda termina numa escama córnea e pontiaguda.
Esta espécie habita em ambientes próximos à água, como rios, nascentes ou pântanos salgados.
Na Flórida, os registos indicam a sua presença na região do Panhandle e em partes do norte da península, especificamente nas bacias dos rios St. Marys, St. Johns e Suwannee.
Subespécie considerada extinta
Uma subespécie historicamente localizada em Fisheating Creek, no condado de Glades, deixou de ser observada desde 1952, de acordo com registos oficiais. Este local fica a mais de 240 quilómetros da última população conhecida no condado de Lake.
Em 2010, o Centro para a Diversidade Biológica solicitou proteção federal para esta subespécie. No entanto, no ano seguinte, foi declarada extinta pelo governo dos Estados Unidos.
Um relatório de 2012 reacendeu as esperanças dos conservacionistas, ao mencionar um possível avistamento. Isso motivou expedições científicas que não conseguiram localizar o animal.
Problemas alimentares e ameaças externas
A FWC explicou que o declínio desta serpente está relacionado com a queda na população da enguia americana, sua principal presa. Além disso, em outros estados, ela foi afetada por doenças fúngicas.
De acordo com o Centro para a Diversidade Biológica, esta espécie enfrenta ameaças como a urbanização, a construção de barragens, a poluição da água e a perda do seu habitat natural.
A organização sustenta que ainda podem existir exemplares, embora não tenham sido capturados há décadas.
Por esta razão, as autoridades convidaram residentes e visitantes a participar nos esforços de deteção e conservação desta espécie pouco comum.