A produtividade e o PIB aumentariam, segundo o executivo, com a adoção da inteligência artificial no trabalho. Jensen Huang, CEO da NVIDIA, concorda com a visão de figuras como Bill Gates sobre o futuro do trabalho e a transformação da cultura laboral em consequência do avanço da inteligência artificial. A ponto de acreditar que teremos cada vez menos dias de trabalho.
Numa entrevista à FOX, o executivo expôs como ferramentas como o ChatGPT, juntamente com os desenvolvimentos tecnológicos de empresas como a sua, inauguram uma etapa em que não só a produtividade mudará, mas também a distribuição do tempo livre e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Por que Jensen Huang acredita que trabalharemos apenas quatro dias graças à IA
A história da jornada de trabalho reflete o impacto das sucessivas revoluções industriais na sociedade. Huang refletiu sobre como as jornadas, que antes ocupavam sete dias da semana, passaram para seis e, finalmente, para os cinco que predominam hoje na maioria das economias desenvolvidas.
«Chegámos ao mundo com jornadas de trabalho de sete dias e agora temos jornadas de cinco», explicou o executivo, para depois questionar por que razão não seria possível uma redução adicional atualmente, com os recursos tecnológicos disponíveis.
Reforçando a previsão em linha com a de Bill Gates, que há muito defende que a inteligência artificial permitirá semanas de apenas três ou quatro dias de trabalho, Huang argumenta que a prática poderia consolidar-se se aproveitássemos os progressos tecnológicos com visão de futuro.
«Cada revolução industrial leva a alguma mudança no comportamento social», disse ele, considerando que a transição para semanas de trabalho mais curtas poderia tornar-se a próxima grande transformação.
Como a IA nos dará mais tempo livre e criatividade
O entusiasmo de Huang pela automação e pela inteligência artificial baseia-se na capacidade destas de libertar tempo e otimizar processos. «A IA permitirá que todos tenham mais tempo livre e, assim, possam ser mais criativos, aproveitar as suas boas ideias», afirmou.
Ele também expressou, de uma perspectiva pessoal, que costuma desejar terminar o seu trabalho para se dedicar a novos projetos, e que muitas empresas enfrentam um desafio semelhante: «a maioria das empresas tem mais ideias do que realmente pode perseguir», disse ele.
A redução das tarefas rotineiras por meio da automação, segundo Huang, fortalecerá a inovação e a busca por objetivos mais ambiciosos. Na sua opinião, «quanto mais produtivos formos, melhores ideias teremos», e quanto mais eficiência as organizações alcançarem, maior será a oportunidade de embarcar em novos projetos e iniciativas.
Ele também acredita que a expansão da inteligência artificial gerará benefícios económicos tangíveis. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá e a produtividade terá aumentos significativos.
Estudos recentes em países como o Reino Unido, os Estados Unidos e os Países Baixos corroboram as suas afirmações: implementações-piloto de semanas de trabalho entre 32 e 34 horas mostraram um aumento da produtividade de até 24%, juntamente com uma redução do esgotamento profissional pela metade e menores taxas de rotatividade no trabalho.
No entanto, Huang moderou o seu otimismo, salientando que o aumento da produtividade não implica necessariamente menos dias de atividade.
A IA também fará com que alguns empregos desapareçam
Embora Huang destaque o potencial da inteligência artificial para melhorar a vida e o ambiente empresarial, ele também reconhece que a reorganização do trabalho trará mudanças estruturais no tecido laboral.
Ele admite que «alguns empregos desaparecerão», mas confia que surgirão muitas novas ocupações relacionadas com a tecnologia, adaptadas às condições emergentes de cada indústria.
«Uma coisa é certa, todos os empregos mudarão com a inteligência artificial», afirmou. A longo prazo, o CEO da NVIDIA sustenta que a qualidade de vida melhorará progressivamente, em sintonia com as vantagens e as novas dinâmicas sociais que este tipo de revoluções costuma gerar.