O metal precioso continua a crescer como se não houvesse amanhã, superando significativamente o S&P 500, o Nasdaq e até mesmo o Bitcoin e o Ethereum.
No entanto, por se tratar de um ativo seguro, surge o receio de que esse crescimento possa ser um sinal, se não de uma crise mundial, pelo menos de uma correção.
E, na verdade, há motivos para isso. Em primeiro lugar, as grandes empresas tecnológicas continuam sobrevalorizadas e os investimentos em inteligência artificial ainda não deram frutos para a maioria. Além disso, não se pode excluir o chamado «efeito setembro», quando o reequilíbrio das carteiras geralmente provoca uma queda.
A geopolítica também não dá muitos motivos para otimismo. Além de não se vislumbrar o fim da guerra na Ucrânia e das tensões no Médio Oriente, a recente cimeira em Tianjin mostra que o mundo está a tornar-se cada vez mais polarizado. Isto pode acelerar a saída de capital dos EUA.
Mas, neste momento, o ouro (XAUUSD) está a subir por outras razões.
O que o futuro reserva para o ouro?
A principal razão está relacionada com as expectativas de uma nova redução das taxas de juro pelo Federal Reserve.
Se olharmos para o gráfico do ouro, podemos ver que foi precisamente o discurso de Jerome Powell em Jackson Hole, no qual ele sugeriu a possibilidade de adotar uma posição mais flexível, que provocou o recente aumento dos preços do metal.
Também influenciam os constantes ataques de Trump aos membros do FOMC, que ele pressiona a adotar uma política monetária mais flexível. Isso mina a confiança no sistema financeiro americano e, com ela, no dólar e nos títulos do Tesouro. Tudo isso, em última análise, estimula a procura por ativos seguros.
A isso se soma a recente — e para muitos inesperada — venda em massa de obrigações de longo prazo no Reino Unido, Itália e França, o que levou ao aumento da rentabilidade. A crise política em Paris, os problemas na Alemanha e a colocação ativa de obrigações na Europa minaram a confiança.
O que o futuro reserva para o ouro?
O UBS acredita que, nos próximos trimestres, ele continuará a atingir novos máximos, impulsionado pela redução das taxas de juros, pelo agravamento dos indicadores económicos, pela incerteza macroeconómica e pelos riscos geopolíticos. Embora, é claro, muitos desses fatores pareçam já ter sido amplamente considerados pelo mercado.