O metal dourado disparou mais de 30% este ano, enquanto a prata já subiu mais de 40% no que vai de 2025
O mercado de metais preciosos brilha como nunca antes. Por que o ouro e a prata estão em alta? Segundo cálculos da Bloomberg, ambos os metais preciosos mais do que duplicaram o seu valor nos últimos três anos e, por enquanto, não parecem ter um limite.
Começando pelo ouro, a matéria-prima brilha mais do que nunca. O metal precioso atinge um novo recorde histórico diante da perspectiva de que o Federal Reserve dos Estados Unidos possa reduzir as taxas de juro em breve, além da crescente preocupação com o futuro do banco central.
Assim, os lingotes de ouro subiram nesta terça-feira quase 1%, ultrapassando a marca de US$ 3.550 a onça, superando o máximo anterior alcançado em abril, antes de reduzir alguns ganhos. O metal precioso disparou mais de 30% este ano, servindo como ativo de refúgio, o que o torna uma das principais matérias-primas com melhor desempenho.
«A nossa hipótese de base é que o ouro continuará a atingir novos máximos nos próximos trimestres. Um ambiente de taxas de juro mais baixas, dados económicos mais fracos e a contínua e elevada incerteza macroeconómica e riscos geopolíticos impulsionam o papel do ouro como diversificador de carteiras», afirma Joni Teves, estratega do banco UBS, à agência Bloomberg.
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“A última vez que o ouro atingiu os 3.500 dólares foi durante a sessão intradiária, por isso estaremos interessados em ver se o ouro consegue fechar acima desse nível, pois isso poderia gerar algum impulso”, afirmou à agência Christopher Wong, analista do Oversea-Chinese Banking. «Ainda existe o risco de reaparecerem novos riscos geopolíticos e incertezas políticas, o que impulsionaria o ouro».
O ouro não é o único metal precioso em alta: a prata também está disparada. Este metal avança 1,5% e já subiu mais de 40% no que vai de 2025, e na segunda-feira passada os seus preços ultrapassaram os 40 dólares a onça pela primeira vez desde 2011.
Entre as razões para o aumento, o aumento da tensão geopolítica, a pressão tarifária e o comércio mundial impulsionaram uma maior procura por esses ativos tradicionais de refúgio. A prata é valorizada por seus usos industriais em tecnologias de energia limpa, como, por exemplo, os painéis solares.
Além disso, os ataques incessantes e repetitivos do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Fed tornaram-se o último motivo de alarme entre os investidores, uma vez que a preocupação com a independência do banco central ameaça mitigar a confiança no país norte-americano.
Segundo a Bloomberg, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), pronunciou-se a este respeito, alegando que a perda de independência da Reserva Federal seria um grave perigo. Em meio a essa incerteza, os metais preciosos continuam em forte alta.